segunda-feira, 17 de maio de 2010

Entrevista // Eli Iwasa (SP)



Eli Iwasa, residente do clube Hot Hot, em São Paulo, toca na 140ª edição do 5uinto nessa quinta-feira. Confira a essa entrevista exclusiva com ela!

Eli Iwasa ficou conhecida no auge do clube Love.E, em São Paulo, com sua noite às sextas, a Technova, que foi marcada por várias apresentações históricas de grandes nomes da música eletrônica mundial. Desde então foi revelada como uma grande DJ de techno, que ao longo dos últimos anos somou experiência e sensibilidade com as pistas. Fizemos uma entrevista exclusiva com ela, que fala um pouco sobre sua carreira ao longo desses anos. Confira!

Desde a Technova, você parece conciliar sua carreira de DJ com a produção de noites. Como tem sido isso? A tarefa burocrática influencia na artística?

Tenho que confessar que estou precisando de férias! (risos) A produção de noites e cuidar de clubes exigem um trabalho diário, durante o dia, e quando chega a hora de descansar, estou tocando ou acompanhando algum evento. Meus finais de semana estão sempre comprometidos e sobra pouco tempo para vida pessoal. Mas como sempre digo ao Hermes (Sant'anna, que trabalha comigo no Hot Hot), quem escolheu essa vida fui eu, e não reclamo de nada, faço tudo com muito prazer. Desde o começo, foi fundamental separar o trabalho de DJ com o de organização de festas. Não dá para misturar as coisas, e usar um trabalho para facilitar o outro. Mesmo no Kraft, tocava somente uma vez por mês, para garantir que cada apresentação fosse legal e para dar espaço a todos convidados e residentes.No caso do Hot Hot, os papéis mudaram, e entrei para ser oficialmente a DJ residente das sextas feiras. Por causa dos meus outros trabalhos e compromissos não podia cuidar de uma noite sozinha. Eu estou profundamente envolvida na direção artística, mas não me envolvo na promoção - e ainda bem que temos um time ótimo de promoters que super dão conta do recado!

A música eletrônica tem passado por mudanças consideráveis nos últimos anos. Alguns estilos que eram hype há anos atrás, agora não tem tido muita visibilidade. Há alguma relação de algum estilo que você toca, ou já tocou, com essa mudança? Qual sua percepção?

Eu comecei tocando techno e tive uma mudança meio radical para o minimal house e techno em 2004. Mas foi questão de gosto, de empolgação com as coisas novas que estava ouvindo. Eu não me seduzi pelo maximal e new rave, muito barulhento para meu gosto e pelo jeito, a onda já passou. Mas estou amando essas bandas indie como Hot Chip, Midnight Juggernauts, Cut Copy, que conciliaram meu amor antigo pelo rock alternativo com uma pegada de pista. Não toco isso nos meus sets, a não ser por algum remix ou edit. Techho e house ainda predominam, mas sempre aparece um clássico, alguma coisa mais deep, alguma surpresinha para mudar a atmosfera da pista.

Por volta de 2006 houve um grande boom da mídia digital. Houve grande queda nas vendas de vinil e a venda de Mp3 tomou o mercado. Você é uma DJ da geração que tocava com discos. Como você se adaptou a essa mudança?

Eu passei do vinil para o Final Scratch e minha experiência não foi boa. Toda vez que ia tocar fora de São Paulo era um drama - era um tal de pick ups velhas, ou nem tinha pick ups, e o FS não calibrava, ou ficava lá conectando os cabos antes de tocar toda nervosa pensando que imprevisto ia acontecer. Desisti. Fui para os CDs porque nunca dão problema, os CDJ estão sempre disponíveis e em boas condições de uso, e nunca mais sofri com excesso de peso. (risos) Perdi o preconceito na marra, porque não queria deixar de estar atualizada com os lançamentos - muita coisa não sai em vinil ou saem antes em mp3 - mas não queria ter uma crise nervosa antes de tocar pensando se meu computador daria pau. E honestamente, não importa em que formato você toque, importa que você toque boa música e proporcione bons momentos para a pista.

Para finalizar, gostaria de saber como anda Eli Iwasa como produtora musical.

A Eli Iwasa produtora está engatinhando. (risos) Fiz um curso de produção e só não me dedico mais porque falta tempo mesmo, mas esse ano prometi atenção total para isso.

Nenhum comentário: